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2012 - Livro Vermelho 2013

Coussarea hydrangeifolia (Benth.) Müll.Arg. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 28-02-2012

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie não endêmica do Brasil com ampla distribuição no país, presente nos quatro grandes domínios fitogeográficos, e grande plasticidade fenotípica. Tem potencial medicinal, mas não há uma ameaça direta à espécie.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Coussarea hydrangeifolia (Benth.) Müll.Arg.;

Família: Rubiaceae

Sinônimos:

  • > Coussarea cornifolia ;
  • > Coussarea obscura ;
  • > Coussarea schiffneri ;
  • > Faramea coussarioides ;
  • > Faramea cornifolia ;
  • > Faramea hydrangeifolia ;
  • > Coussarea hydrangeaefolia ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie descrita em Flora 58 (30):467. 1875. A plasticidade fenotípica observada nesta espécie não se deve à sua ocorrência em diversos tipos de formações vegetais, pois indivíduos que habitam uma mesma localidade, sob as mesmas condições edafoclimáticas, podem apresentar variações morfológicas significativas (Gomes, 2007). Apresenta variações na pilosidade de várias de suas estruturas vegetativas e reprodutivas, como por exemplo, variações nas dimensões do pecíolo, na forma, dimensões e consistência das folhas e na forma do cálice. Nomes populares: "Chá-paraguaio", "Marmelada-de-cachorro", "Pau-terra-do-cerrado" e "Quina-branca" (Gomes, 2003).

Potêncial valor econômico

​Suas folhas são usadas para fins medicinais (Gomes, 2003).

Dados populacionais

Segundo Oliveira et al. (2008) em uma amostragem em Uberlândia, Reserva Ecológica do Panga, foram quantificados 26 indivíduos em uma área de 0,4ha. Em um acompanhamento durante dez anos em formações florestais do Bioma Cerrado no triângulo mineiro Oliveira (2011) constatou um aumento de 100% na população desta espécie, em 1997 havia 42 indivíduos, em 2007 foi constatado um aumento para 84 indivíduos. Rissi (2011) afirma um total de 755 indivíduos numa área de 2500m², em um fragmento de Cerrado degradado.

Distribuição

Ocorre no Peru, Bolívia e Paraguai (Gomes, 2007); no Brasil ocorre nos estados do Amapá, Pará, Amazonas, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (Pereira, 2012).

Ecologia

Caracteriza-se por arbustos a pequenas árvores, podendo atingir de 1,5-6m de altura; produz flores por quase todo o ano, com maior freqüência em Novembro e Dezembro, e frutos maduros são encontrados no período de Janeiro a Outubro (Gomes, 2003).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Omodelo tradicional da ocupação da Amazônia tem levado a um aumentosignificativo do desmatamento na Amazônia legal, sendo este um fenômeno denatureza bastante complexa, que não pode ser atribuído a um único fator. As questões mais urgentes em termos da conservação e uso dosrecursos naturais da Amazônia dizem respeito à perda em grande escala defunções críticas da Amazônia frente ao avanço do desmatamento ligado àspolíticas de desenvolvimento na região, tais como especulação de terra ao longodas estradas, crescimento das cidades, aumento dramático da pecuária bovina,exploração madeireira e agricultura familiar (mais recentemente a agriculturamecanizada), principalmente ligada ao cultivo da soja e algodão. Esse aumento dasatividades econômicas em larga escala sobre os recursos da Amazônia legalbrasileira tem aumentado drasticamente a taxa de desmatamento que, no períodode 2002 e 2003, foi de 23.750 km2, a segunda maior taxa já registrada nessaregião, superada somente pela marca histórica de 29.059 km2 desmatados em 1995(Inpe, 2004). A situação é tão crítica que, recentemente, o governo brasileirocriou um Grupo Interministerial a fim de combater o desmatamento e apontarsoluções de como minimizar seus efeitos na Amazônia legal (MMA, 2004)(Ferreira et al., 2005).

1.1 Agriculture
Detalhes Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf e Melinisminutiflora Beauv. (molassaou capim-gordura). Metade das pastagens plantadas (cerca de 250.000km2 - umaárea equivalente ao estado de São Paulo) está degradada e sustenta poucascabeças de gado em virtude da reduzida cobertura de plantas, invasão deespécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Vivemno entorno da Mata Atlântica aproximadamente 100 milhões de habitantes, osquais exercem enorme pressão sobre seus remanescentes, seja por seu espaço,seja pelos seus inúmeros recursos. Ainda que restem exíguos 7,3% de sua áreaoriginal, apresenta uma das maiores biodiversidades do planeta. A ameaça deextinção de algumas espécies ocorre porque existe pressão do extrativismopredatório sobre determinadas espécies de valor econômico e também porqueexiste pressão sobre seus habitats, sejam, entre outros motivos, pela especulaçãoimobiliária, seja pela centenária prática de transformar floresta em áreaagrícola (Simões; Lino, 2003).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Observações: Espécie considerada Vulnerável (VU) pela Lista vermelha daflora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

4.4.3 Management
Observações: Ocorre em Unidades de Conservação: Estação Ecológica de Mamirauá, no Estado do Amazonas; Estação Ecológica do Pau-Brasil, na Bahia; Parque Nacional de Brasília, no Distrito Federal; Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, Parque Nacional Grande Sertão Veredas e Parque Nacional das Emas, em Goiás; Parque Estadual do Araguaia, em Mato Grosso; Estação Ecológica do Panga, em Minas Gerais; e Reserva Biológica da Fazenda Campininha, em São Paulo (CNCFlora, 2011).

Usos

Referências

- PEREIRA, M.S. Coussarea hydrangeifolia in Coussarea (Rubiaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB013902>.

- GOMES, M. Reavaliação taxonômica de algumas espécies dos gêneros Coussarea Aubl. e Faramea Aubl. (Rubiaceae, tribo Coussareae), Acta Botanica Brasilica, v.17, p.449-466, 2003.

- GOMES, M. Coussarea (Rubiaceae). In: MELHEM, T.S.; WANDERLEY, M.G.L.; MARTINS, S.E.; JUNG-MENDAÇOLLI, S.L.; SHEPHERD, G.J.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. Rio de Janeiro: FAPESP-Hucitec, p.300, 2007.

- OLIVEIRA, A.P.; LOPES, S.F.; DO VALE, V.S. ET AL. Fitossociologia da comunidade arbóreo-arbustiva de cerradão no triângulo mineiro, MG. , 2008.

- OLIVEIRA, A.P. Dinâmica da comunidade arbórea de formações florestais do bioma cerrado no triângulo mineiro. Doutorado. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 2011.

- RISSI, M.N. Regeneração natural de um fragmento de cerrado degradado com a formação de pastagens de braquiária (Urochloa decumbens (Stapf) R.D. Webster). Mestrado. Botucatu: Universidade Estadual Paulista, 2011.

- SIMÕES, L.L.; LINO, C.F. Sustentável Mata Atlântica: a exploração de seus recursos florestais. São Paulo: SENAC, 2003.

- ZAPPI, D.; BARBOSA, M.R.V.; CALIÓ, M.F. ET AL. Rubiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.449-461, 2009.

- FERREIRA, L. V.; VENTICINQUE, E.; ALMEIDA, S. O desmatamento na Amazônia e a importância das áreas protegidas. Estudos Avançados, v. 19, n. 53, p. 157-166, 2005.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado brasileiro. Megadiversidade, v. 1, n. 1, 2005.

Como citar

CNCFlora. Coussarea hydrangeifolia in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Coussarea hydrangeifolia>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 28/02/2012 - 19:14:55